Agência reguladora determina remoção do software que adultera resultados dos testes de emissão de gases tóxicos.
O Departamento Alemão de Veículos Motorizados (KBA) anunciou nesta quinta-feira (15) ter ordenado à Volkswagen que realize um recall de 2,4 milhões de automóveis que estariam equipados com o software que permite a manipulação dos dados das emissões de gases nos motores a diesel.
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O ministro alemão dos Transportes, Alexander Dobrint, confirmou a ordem. Ele contou que a empresa, que atravessa o maior escândalo de sua história, iniciará as verificações obrigatórias no início do próximo ano. A Volkswagen tem até novembro para entregar o plano de implementação dos ajustes técnicos necessários.
"A Volkswagen recebeu a ordem de remover o software de todos os veículos e de tomar as medidas apropriadas para assegurar que as regras referentes às emissões sejam cumpridas" declarou o ministro. "O recall ocorrerá no início de 2016. A KBA vai monitorar a fase inicial e o progresso das atividades."
A empresa está sob forte pressão para identificar os responsáveis pelo esquema de manipulação em larga escala dos testes das emissões e substituir o software, ou peças de motores, em 11 milhões de veículos em todo o mundo. O escândalo derrubou as ações da Volkswagen no mercado mundial e abalou sua reputação como um exemplo de eficiência e confiabilidade das empresas alemãs.
Também nesta quinta-feira, a ministra alemã do Meio Ambiente, Barbara Hendricks, disse que o governo federal analisa remover as isenções fiscais aos carros a diesel e utilizar esses recursos para incentivar a fabricação de carros elétricos. "É uma ideia a se considerar", declarou a ministra à emissora ZDF.
A Volkswagen informou que foram vendidos 11 milhões de veículos em todo o mundo que continham o software ilegal, dos quais 2,8 milhões somente na Alemanha. O ministro Dobrint diz que apenas 2,4 milhões destes veículos, que deverão passar pelo recall, ainda estão registrados no país.
A empresa tomou uma série de decisões estratégicas após a revelação de que havia mentido sobre o nível real das emissões de gases tóxicos de seus veículos. Uma das medidas foi a redução de seu orçamento anual de investimentos em um bilhão de euros, anunciada na última terça-feira.
