Troca de óleo de motor (Foto: Ilustração: Pedro Hamdan)
ILSAC, SAE, 5W30, SN, PCMO… sabe o que isso quer dizer? Todas essas siglas determinam a especificação do óleo ou do órgão que deu o certificado ao lubrificante para o motor do carro.
É decifrando essa sopa de letrinhas que fica mais fácil identificar o lubrificante correto.
Os engenheiros brasileiros devem levar em conta a Resolução nº 22 da Agência Nacional do Petróleo, a ANP, que determina uma série de normas que devem ser respeitadas pelos fabricantes, inclusive ao compor a embalagem de seus produtos.
Segundo a ANP, essa resolução auxilia a “proteger o interesse dos consumidores quanto a preço, qualidade e oferta de produtos, uma vez que cada lubrificante tem especificação própria, conforme a aplicação a que se destina”.
A diretora de lubrificantes da Associação de Engenharia Automotiva (AEA), Simone Hashizume, afirma que “são obrigatórias as informações sobre viscosidade, performance e para qual aplicação o produto foi desenvolvido”. Mas o ideal é que o consumidor consulte o manual do proprietário do veículo para não errar na hora de escolher o lubrificante.
“Muitas fabricantes desenvolvem o motor e fazem parceria com uma fabricante de óleo, criando um produto específico para aquele propulsor. São os chamados "óleos genuínos". Por isso, e com as restrições de emissões cada vez mais rígidas, são exigidos lubrificantes cada vez mais finos (ou menos viscosos) para os motores, e utilizar o que é indicado pela montadora é fundamental”, alertou Simone.
Na imagem ao lado explicamos cada sigla. Tem dado que não muda entre as diferentes marcas. Mas é importante lembrar que você pode encontrar diferentes órgãos certificadores. Confira o que diz cada item.
O que diz cada um dos códigos
Linha do produto
As siglas PCMO, MCO e HDMO referem-se à linha do produto. Elas determinam se ele é voltado para veículos de passeio (PCMO, do inglês Passenger Car Motor Oil), motocicleta (Motorcycle Oil) ou veículos pesados (Heavy Duty Motor Oil), como caminhões e ônibus.
Óleo de motor precisa ser verificado com frequência como manutenção preventiva (Foto: Thinkstock)
Viscosidade
A Sociedade de Engenharia Automotiva (SAE em inglês) é quem determina o nível de viscosidade de um óleo. Nesse quesito, é possível encontrar produtos monoviscosos, com apenas um número — que pode ser “30” ou “10W” —, ou os multiviscosos, representados por dois números: “5W20”.
O “W” quer dizer “winter” (inverno ou frio) e indica a viscosidade do óleo quando a temperatura do motor está baixa. O número seguido do “W” evidencia o estado do lubrificante no momento mais crítico do motor: a partida a frio.
Quanto mais fino o óleo, melhor é a sua atuação em momentos críticos, enquanto os mais densos exigem um pouco mais de esforço para circularem pelo propulsor e suas partes.
Tipo do lubrificante
A natureza do produto vem descrita acima ou abaixo da viscosidade e indica se ele é sintético, semissintético ou mineral. Os sintéticos têm maior desempenho e, por sua vez, são os mais avançados. O óleo desse tipo ajuda a economizar combustível, é menos consumido pelo motor, tem maior resistência à oxidação e protege melhor o motor durante as partidas.
Usar óleos fora de especificação podem até mesmo danificar o motor (Foto: Thinkstock)
Já o semissintético está no meio do caminho, por ser uma mistura de óleos minerais e sintéticos. Apresenta desempenho melhor do que o mineral e custo menor do que o sintético.
O mineral é o óleo básico, obtido pela destilação do petróleo, e tem performance inferior. Por ser mais barato, suas trocas também são feitas em intervalos menores.
API
Essa especificação apresenta a evolução ao longo dos anos. A sigla, do inglês American Petroleum Institute, está presente nos lubrificantes desde os anos 30. Essa classificação evolui conforme a demanda de redução de poluição e consumo.
A API divide os óleos em duas categorias: S e C. A S é voltada para carros movidos a gasolina, etanol, flex e GNV. Já para os propulsores a diesel a letra é a C. Quanto mais longe estiver do A, mais evoluído é o lubrificante.
Desde 2010, só a classificação de qualidade mínima é API SL e só são comercializados produtos SL ou acima, como SM e SN. O mesmo ocorre na classificação de óleo para carros com motor diesel: CG-4 já é ultrapassado, restando CH-4, CI-4 e CJ-4.
ACEA
Para contrapor a norma norte-americana há um outro regimento, o europeu. Traduzido do inglês, ACEA significa Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. Como ficamos no meio, muitas vezes nos deparamos com as duas classificações no rótulo.
São considerados três diferentes blocos: veículos pesados a diesel, veículos leves movidos a diesel e gasolina e veículos leves a diesel.
Os pesados a diesel recebem a sigla “E” acompanhada de um número (ex.: ACEA E7), enquanto o lubrificante para os leves que recebem os dois combustíveis é identificado pela sigla A/B (ex.: A3/B4). Já os leves criados para emitir menos e proteger catalisadores ou filtros ganham a letra “C” (ex.: C2).
ILSAC
Este é o Comitê Internacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes, entidade conjunta criada por fabricantes dos Estados Unidos e do Japão. O ILSAC estabelece níveis mínimos de desempenho para os óleos, tendo em vista economia de combustível, volatilidade, limpeza do pistão, oxidação e proteção à turbina, entre outros quesitos.
Atualmente, os lubrificantes que se encaixem minimamente nas especificações do ILSAC recebem o selo GF-5, equivalente aos lubrificantes classificados como “SN” pela API. A expectativa é de que em 2020 o Comitê passe a restringir ainda mais as demandas citadas acima, mudando a classificação para o selo GF-6.
A Oldsmobile foi a primeira marca da GM a lançar o Hydra-Matic (Foto: Divulgação)
Com 80 anos recém-completos, o câmbio automático já representa 49% das vendas dos carros brasileiros, porém o número é de 2018 e será superado neste ano. Curiosamente, foram dois brasileiros os responsáveis pela invenção do automático: José Braz Araripe e Fernando Lemos. A informação foi verificada por várias fontes, incluindo a Associação Nacional dos Inventores (ANI), mas foi revelada pelo jornalista Fernando Morais. Foi ele que escreveu a biografia O mago, que conta a história de Paulo Coelho. Morais foi atrás da histórica de José Braz Araripe por um motivo: a figura era tio do escritor.
Ele foi um dos responsáveis pela invenção do câmbio automático. A tecnologia já havia sido esboçada em 1902 pelos irmãos Sturtevant, de Boston, mas o invento deles era mecânico e funcionava apenas em altas rotações. Outro inventor que avançou a ideia foi Munro Alfred Horner, que registrou um mecanismo com funcionamento pneumático, mas a solução também não funcionava tão bem na prática. Difrentemente da invenção dos brasileiros: a transmissão hidráulica de Araripe e Lemos era semelhante às atuais e dispensava o pé esquerdo.
Ambos se mudaram nos anos 20 para o Estados Unidos para trabalhar nas oficinas de reparos navais do Lóide, companhia de navegação brasileira e se debruçaram sobre o projeto por mais de uma década. O registro de patente ocorreu só em 1932 e logo foi foi comprado pela General Motors, que introduziu o câmbio na linha Oldsmobile 1940 — lançada no ano anterior, há exatos 80 anos. A Cadillac não demorou muito a adotar a novidade.
A ausência do pedal da embreagem era destacada nas propagandas (Foto: Divulgação)
Graças ao acionamento hidráulico da caixa, a transmissão recebeu o nome de Hydra-Matic. Era um opcional caro, custava 70 dólares, o equivalente a um décimo do preço do modelo. Não por acaso, a denominação virou sinônimo de automático. E foi até aportuguesada: virou hidramático.
A invenção é creditada aos brasileiros nos Estados Unidos. A única dúvida é como foi a remuneração. Em suas pesquisas, Morais afirmou que algumas fontes asseguram que eles ganharam uma bolada à vista, cerca de US$ 10 mil, uma fortuna na época. Outros dizem que eles receberam um percentual de cada câmbio comercializado. Seja como for, a invenção deles completa 80 anos de bons serviços prestados.
A picape tem mais de 6 metros, apesar das rodas não condizerem com o veículo (Foto: Admardo Silva)
Exposta no Salão do Automóvel de São Paulo ano passado, a nova geração da RAM 2500 já foi flagrada por aqui.
As imagens mandadas pelo nosso leitor Admardo Silva mostram a picape estacionada em São José dos Campos (SP) ainda camuflada, mas com detalhes bastante específicos da picape.
A RAM prometeu importar a 2500, já no seu lançamento, no Salão de Detroit em janeiro deste ano. O motor será o mesmo do esportivo Dodge Challenger, o 6.4 Hemi V8 a gasolina e será capaz de gerar até 410 cv.
Diferentemente da 2500 Laramie já comercializada por aqui, que adota o motor 6.7 Cummins turbodiesel de até 310 cv.
Os faróis se extendem da lateral do veículo até a enorme grade (Foto: Admardo Silva)
Os faróis retangulares e longitudinais se prolongam até a lateral do veículo. O contorno das faixas de led deixam as lanternas com um desenho próprio das grandes picapes da RAM.
A placa identifica que o modelo vem de Betim (MG), sede da FCA Group, da qual a RAM é subsidiária.
A faixa de LED envolve a comprida lanterna (Foto: Admardo Silva)
Vale lembrar que a 2500 é a maior e mais cara picape vendida no Brasil: são 6,03 metros e o R$ 264.000. Para ter um 4x4 com cara de muscle car é preciso desembolsar. E muito.
Jeep Renegade passa o Compass e tem 33 mil unidades vendidas (Foto: Divulgação)
Com um crescimento de 10,8% em relação ao primeiro semestre de 2018, as vendas de automóveis e comerciais leves no primeiro semestre de 2019 apresentaram um gás a mais, de acordo com a Fenabrave, a federação dos distribuidores. A alta nos emplacamentos representa um extra de 121.847 carros em comparação ao mesmo período do ano passado.
Entre os modelos que mais se destacaram, estão o líder esmagador Chevrolet Onix, com mais 100 mil unidades entregues em todo o país; o Renault Kwid, que está firme entre os "cinco mais" e o Jeep Renegade, que subiu 7 posições nos últimos seis meses e se tornou o SUV mais vendido no país, superando o irmão maior Compass
O Chevrolet Onix conseguiu emplacar mais que o dobro de unidades do Hyundai HB20, que está em uma disputa acirradíssima com o Ford Ka pela vice-liderança. A diferença entre os modelos no acumulado foi de um pouco mais de 2.000 unidades.
No mês de junho, o hatch popular da Ford se saiu um pouco melhor e ficou em segundo colocado, mas no acumulado de 2019 o rival da marca sul-coreana está à frente. A diferença no mês passado foi ínfima: o Ka emplacou 251 unidades a mais que o HB20.
Entretanto, o segundo semestre promete ser mais difícil para o Ka, já que o Hyundai passará por uma reforma pesada que o deixará razoavelmente mais moderno.
Quem saiu perdendo em relação ao mesmo período de 2018 foi o VW Polo. Antes em 4º lugar com um pouco mais de 34 mil vendas, diminuiu o ritmo e está apenas no 10º lugar.
Kwid é o hatch de entrada campeão
Renault Kwid Outsider foi a aposta da marca francesa na versão off-road (Foto: Marcos Camargo/Autoesporte)
A Renault apostou certo no Kwid. O hatch de entrada — chamado nos comerciais publicitários de "SUV dos compactos" — disparou nas vendas, conquistando um lugar no topo da pirâmide, entre os cinco dos mais vendidos. O semestre foi de novidades para o modelo, que estreou a linha 2020 com a versão aventureira em um comercial nostálgico com pegada "nerd".
Como um dos carros mais baratos do país, o Kwid superou o veterano VW Gol e é o veículo de entrada mais emplacado do 1º semestre deste ano.
Jeep domina o terreno SUV
Na disputa de gigantes, o Jeep Renegade está empenhado em se tornar o SUV mais vendido do Brasil. Nos últimos seis meses, o modelo acumulou uma margem de 5 mil unidades em relação ao irmão maior Jeep Compass, conquistando um lugar no disputado "top 10".
Já o Compass não registrou crescimento em relação ao ano passado, mas continua muito bem nas vendas — é o segundo utilitário mais vendido do país.
Trinca da FCA no "Top 10"
Fiat Argo Sting foi registrado no INPI, após ser apresetado como conceito no Salão do Automóvel (Foto: Divulgação)
Outro hatch que está mandando bem em 2019 é o Fiat Argo. O compacto disparou em abril e continua ascendendo. No acumulado, foram quase 10 mil unidades a mais do que no mesmo período do ano passado.
O modelo não é o hatch de entrada da Fiat (posto que cabe ao Mobi), mas é o melhor colocado da marca no ranking entre os carros. O modelo só fica atrás, na verdade, da veterana Strada, que, mesmo com duas décadas de produção, continua liderando o segmento de picapes.
O Chevrolet Onix Sedan chegará no mercado e conviverá com o Onix hatch e o Prisma (Foto: Divulgação)
Entre os sedãs, o Chevrolet Prisma está muito bem e parece não sentir a proximidade do lançamento do Onix Sedan, sua nova geração que estreia em breve e mudará o nome.
No 4º lugar geral, o Prisma subiu duas posições em relação ao ano passado, e acumula 8 mil unidades a mais do que no 1º semestre de 2018.
Confira abaixo o ranking com os 50 carros mais vendidos do 1º semestre no Brasil.
1º) Chevrolet Onix — 116.906 unidades
2º) Hyundai HB20 — 52.995 unidades
3º) Ford Ka — 50.647 unidades
4º) Chevrolet Prisma — 40.846 unidades
5º) Renault Kwid — 40.520 unidades
6º) Volkswagen Gol — 38.303 unidades
7º) Fiat Strada — 36.310 unidades
8º) Fiat Argo — 36.211 unidades
9º) Jeep Renegade — 33.048 unidades
10º) Volkswagen Polo — 32.025 unidades
11º) Fiat Toro — 28.599 unidades
12º) Jeep Compass — 28.033 unidades
13º) Fiat Mobi — 26.375 unidades
14º) Toyota Corolla — 26.084 unidades
15º) Nissan Kicks — 25.826 unidades
16º) Hyundai Creta — 24.247 unidades
17º) Honda HR-V — 23.696 unidades
18º) Ford Ka sedã — 22.886 unidades
19º) Renault Sandero — 22.366 unidades
20º) Volkswagen Virtus — 21.965 unidades
21º) Volkswagen Fox — 20.806 unidades
22º) Toyota Hilux — 19.810 unidades
23º) Volkswagen Saveiro — 18.989 unidades
24º) Toyota Yaris — 18.046 unidades
25º) Hyundai HB20S — 15.835 unidades
26º) Ford Ecosport — 15.433 unidades
27º) VW Voyage — 15.368 unidades
28º) Toyota Yaris sedã — 14.751 unidades
29º) Chevrolet S10 — 14.114 unidades
30º) Renault Captur — 13.783 unidades
31º) Honda Civic — 13.584 unidades
32º) Honda Fit — 13.193 unidades
33º) Renault Duster — 13.012 unidades
34º) Renault Logan — 12.689 unidades
35º) Chevrolet Spin — 12.373 unidades
36º) Fiat Cronos — 10.991 unidades
37º) Nissan Versa — 10.107 unidades
38º) Ford Ranger — 9.740 unidades
39º) Fiat Uno — 9.572 unidades
40º) Volkswagen Amarok — 9.433 unidades
41º) Fiat Grand Siena — 9.177 unidades
42º) Chevrolet Cruze — 8.979 unidades
43º) Toyota Etios — 8.959 unidades
44º) Chevrolet Tracker — 8.685 unidades
45º) Volkswagen T-Cross — 7.967 unidades
46º) Honda City — 7.836 unidades
47º) Citroën C4 Cactus — 7.754 unidades
48º) Fiat Fiorino — 7.554 unidades
49º) Chevrolet Cobalt — 6.704 unidades
50º) Toyota Hilux SW4 — 6.664 unidades