O Volkswagen Golf entrou para a lista de carros fabricados no Brasil que oferecem segurança máxima a todos os passageiros e é o primeiro carro vendido por aqui a conquistar o selo Advanced Awards, que reconhece modelos com tecnologias de prevenção de acidentes. O modelo conquistou cinco estrelas na proteção a adultos e outros cinco na segurança de crianças, segundo o Latin NCAP. Assim, o Golf nacional manteve a boa avaliação da versão mexicana, que era vendida anteriormente no país, avaliada em outubro de 2014.
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Outra novidade desta bateria de testes é que pela primeira vez o órgão simulou testes de colisão lateral contra postes, o tipo de acidente mais grave avaliado em crash test. O modelo testado era equipado com sete airbags (dois dianteiros, dois laterais, dois de cortina e um para o joelho do motorista).
O relatório do crash test aponta que a segurança a adultos conquistou 33,30 dos 34 pontos máximos, enquanto a de crianças ficou com 43,52 dos 49 possíveis. "Se vê claramente como o airbag frontal consegue conter e dar proteção ao pescoço e cabeça do motorista. A estrutura do veículo praticamente não se deformou", afirma o órgão.
Na simulação de colisão dianteira, os testes mostraram que o motorista teve boa proteção em todas as partes do corpo, exceto o tronco, com segurança considerada "adequada". Já o passageiro ficou bem protegido em todo o corpo. A escala varia entre "boa", "adequada", "marginal", "fraca" e "pobre".
Nos testes de colisão lateral, mais rígidos, o motorista teve segurança máxima. Porém, na prova que simula uma colisão lateral contra um poste, a mais grave entre estas, apenas cabeça e quadril do motorista foram bem protegidas, enquanto o abdomem teve proteção "adequada" e o tronco, apenas "marginal". Isso não significa, porém, um resultado negativo. "O airbag de cortina protege o pescoço, a cabeça e o peito de forma completa no impacto de poste. Já a estrutura consegue evitar penetração maior, dando boa proteção para cabeça e pescoço, as partes do corpo mais críticas nesse caso", afirma o relatório.
O controle eletrônico de estabilidade também foi bem avaliado pelo Latin NCAP. Já o selo Advanced Award, que pretende destacar os veículos com sistemas que evitam acidentes e protegem os pedestres, foi concedido ao Golf porque ele oferece como opcional o sistema de frenagem autônoma de emergência. Conhecido como AEB (Autonomous Emergency Braking), o sistema é oferecido apenas a partir da versão 1.0 Highline (R$ 101.960), por adicionais R$ 6.354.
Outros carros avaliados
Nesta bateria de testes, o Seat Ateca, também com sete airbags, conquistou cinco estrelas para adultos e crianças, além do selo Advanced Award. O modelo foi capaz de proporcionar segurança "boa" ou "adequada" para todas as partes do corpo do motorista e passageiro.
Em 2016, o Latin NCAP divulgou os testes de colisão de outros carros vendidos no Brasil. OToyota SW4, por exemplo, passou por uma auditoria para verificar se seria capaz de manter a nota máxima de segurança conquistada por sua versão picape, a Hilux. Segundo o órgão, oSW4 também conquistou cinco estrelas na proteção a adultos e para crianças.
Em seguida, foi a vez da Ford Ranger, que chegou em nova geração ao país, conquistar três estrelas na proteção a adultos e quatro a crianças. Em junho, o Latin NCAP testou o Kia Picantoe o Peugeot 208 - os dois decepcionaram. Enquanto o Picanto foi tão mal a ponto de não receber estrelas na proteção a adultos e apenas uma para crianças, o 208 perdeu estrelas em relação ao teste anterior. Isso porque entraram em vigor novos padrões de teste de colisão, mais rígidos. Além disso, o órgão detectou que a Peugeot vende no Brasil o 208 sem barras de proteção nas portas, item que faz parte do carro na Europa. Assim, o hatch agora tem apenas duas estrelas na proteção a adultos e três para crianças.
Por fim, foi a vez de o veterano Fiat Palio ir mal nos testes de colisão do Latin NCAP.O modelo, que frequentemente figura entre os carros mais vendidos do país, conquistou só uma estrela na proteção a adultos e outras três para crianças nesta última avaliação.
Normas de segurança da ONU
O Latin NCAP aproveita os resultados decepcionantes para apontar maneiras de elevar a segurança dos carros vendidos no Brasil. Adotar oficialmente as normas das Nações Unidas para a segurança veicular é uma das medidas que deveriam ser tomadas. Além disso, segundo o órgão, "os fabricantes devem parar imediatamente o lobby contra das normativas propostas pelos governos, acompanhando as recomendações das Nações Unidas".
O decepcionante resultado do Renault Kwid indiano no crash test feito pelo Global NCAP foi lembrado pelo instituto como exemplo de carro fabricado com plataformas novas, mas adaptadas em economias emergentes, "removendo partes estruturais básicas de regurança.
Mesmo com airbag para motorista, o Kwid não recebeu estrelas na proteção a adultos e apenas duas no quesito segurança de crianças. O modelo testado não contava com airbag para o passageiros e freios ABS. Em resposta ao Global NCAP, a Renault afirmou que vai aprimorar o carro para que novos testes sejam feitos. A versão vendida por aqui terá, além dos airbags dianteiros, bolsas laterais desde a versão de entrada, assim como sistema Isofix e reforços na estrutura, com aços de alta resistência.
Metodologia
O Latin NCAP realiza os crash tests de veículos cedidos por montadoras ou adquiridos a partir do patrocínio de instituições que apoiam o programa. A colisão frontal, por exemplo, é realizada a 64 km/h contra uma barreira deformável descentralizada, que atinge 40% da parte dianteira do veículo. Após o impacto, sensores medem os efeitos do choque sobre os manequins de tamanho adulto (que ocupam os bancos dianteiros) e outros dois que simulam a presença de uma criança de três anos e outra de um ano e seis meses nos assentos traseiros.
Em 2014, o Latin NCAP aumentou a exigência de avaliação para os ocupantes crianças. Agora, é utilizada uma nova tecnologia de dummie infantil para representar crianças de três anos e de 18 meses. Além disso, o programa agora também leva em consideração a facilidade de instalação dos equipamentos de retenção infantil. Para o órgão, a adoção dos sistemas de ancoragem isofix é peça-chave para reduzir a probabilidade de uma instalação incorreta e, geralmente, melhora o desempenho dinâmico do veículos.